Em destaque

Lançamento

Esta página ela foi criada para estabelecer trocas e dar publicidade ao que temos realizado nos últimos anos na Escola de Arquitetura e Urbanismo + Programa de Pós-Graduação da Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (EAU + PPGAU/UFF), sobre gênero e feminismos em nosso campo.

Nosso coletivo de pesquisadoras feministas insurgentes Urb.ANAs, grupo coordenado pela profa Rossana Brandão Tavares, está inserido no GPDU/UFF – Grupo de Pesquisa Grandes Projetos de Desenvolvimento Urbano, Laboratório Globalização e Metrópole, liderado pela professora Fernanda Sanchez.

Pretendemos com esse espaço compartilhar reflexões, pesquisas, artigos publicados, cursos de extensão e eventos científicos (ou não) que abordem a questão Urb.ANA do ponto de vista feminista. O objetivo é difundir a importância de pesquisas sobre território urbano a partir de uma perspectiva feminista e estabelecer contato com outras pesquisadoras, e assim, construir uma ampla rede de pesquisa e de difusão de teorias e metodologias situadas e comprometidas com o debate.


Convidamos a todas e todes a construir esse processo coletivo insurgente de divulgação de um feminismo territorializado potente e possível. Danielle Mozer, Clara Braga, Fernanda Sanchez, Giulia Schiavini, Isabela Rapizo, Livia Perfeito, Mariana Bonadio, Mariana Pena, Marina Mariano, Paula Andrea, Poliana Monteiro, Rachel Merlino, Victoria Hrihorowitsch.

Acompanhe nosso perfil no Instagram @urb.anas_uff

Lançamento do nosso livro

Interseccionalidade, gênero e corpo-território: uma disciplina em processo através da sala de aula

Este livro, de autoria coletiva, pretende ser uma apresentação e sistematização coletiva da experiência da disciplina optativa chamada INTERSECIONALIDADE, GÊNERO E CORPO-TERRITÓRIO, oferecida no segundo semestre de 2022 para a graduação e pós-graduação da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense.

Parte da turma participou da publicação, tanto no apoio e colaboração, quanto na coautoria do livro, com seus depoimentos, reflexões e destaques sobre a experiência de ensino. Como organizadora e também autora, apresento também comentários e reflexões, assim como o processo de organização e experiência docente nesta disciplina.

O livro é um modo de espalhar para o mundo acadêmico possibilidades de abordagem das teorias feministas em Arquitetura e Urbanismo, com vistas a transformação epistemológica do nosso campo, e não a estandartização do processo de formação de estudantes da graduação e pós-graduação.

A publicação teve apoio da FAPERJ através de pesquisas coordenadas por mim, através dos editais ARC/2019 e JCNE/2021.

Esperamos que este livro renda muitas outras experiências!

Acesse o livro no link!

Rossana Brandão Tavares

ENANPARQ 2022

De 07 nov a 11 nov, ocorreu de forma remota o ENAPARQ 2022- VII Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, organizado pelo IAU/USP. Tivemos a oportunidade de participar de dois momentos. Na Sessão Temática sobre Práticas Extensionistas, o artigo “Perspectivas de uma pesquisa extensionista a partir da reprodução social na área portuária do Rio de Janeiro” das autoras Tayná Silva (EAU/UFF) e Rossana Brandão Tavares (EAU/PPGAU/UFF) foi apresentado o trabalho que estamos desenvolvendo a partir da roda “Mulheres Multiplicadoras de Cuidados”, na associação cultural no Lanchonete <> Lanchonete (L<>L). A L<>L é uma instituição no território da Pequena África (região portuária carioca), no bairro Gamboa. Discutimos os desafios da pesquisa-ação, entendido como uma pesquisa de características extensionistas, buscado construir uma perspectiva de análise das práticas espaciais de reprodução social em territórios precarizados, mas que guardam a premissa de serem considerados centralidades urbanas. No sentido político e teórico da interseccionalidade, é exposto como esta investigação extensionista tem contribuído para fomentar proposta conceitual que reverbere metodologicamente nas análises em arquitetura e urbanismo, apresentando como temos avaliado a importância da experiência e da ação social nos territórios para uma pesquisa que parte do cotidiano das mulheres.

Na sessão livre “Concepções e reinvenções feministas da prática e teoria“, Rossana B Tavares (EAU/UFF) e Diana Helene (FAU/UFAL) organizaram um momento de partilha e reflexão sobre como as pesquisas construídas a partir das teorias feministas em Arquitetura e Urbanismo (AU) vêm sendo amadurecidas num movimento dialógico e dialético entre teoria-prática e prática-teoria. Em especial, nos focamos como os primeiros esforços e práticas de investigação com tal abordagem teórico-metodológica, atualmente permite a construção de reinvenções de concepção do processo de investigação. Quais os limites enfrentados? Quais possibilidades estão sendo instauradas e restauradas neste deslocamento da prática da pesquisa para a teoria? Cinco trabalhos de pesquisa fazem parte da sessão:

“Inversões urbanas: reestruturando perspectivas a partir da reprodução social”, de Rossana B. Tavares e Tayná Silva – estudante EAU/UFF, discutiram como o processo de construção de crítica sobre o conceito de espaço urbano por meio das teorias feministas ao longo de anos de experiência em pesquisa-ensino-extensão, possibilitou fazer uma revisão das estratégias investigativas para dar corpo a construção de uma experimentação de método investigativo pela cartografia social, na área portuária do Rio de Janeiro, com mulheres que estão residindo em ocupações precarizadas na região.

“A cartografia que virou turbante: relações entre tecnologia, corpo e território” de Diana Helene e Amanda Azevedo, mostrou o comprometimento e a sensibilidade com os processos que estão em curso nos territórios pesquisados. Foi discutido sobre a importância de considerar e compreender potências estruturantes do modo como as mulheres se organizam e estabelecem relação com os territórios, contrapondo significados hegemônicos como a própria ideação em torno do que é considerado tecnologia. Nesse sentido, a pesquisa foi reestruturada, originando um produto final da pesquisa bastante diferente do original, que nos instiga a repensar metodologias participativas e as cartografias sociais a partir de uma perspectiva feminista que tem a ética do cuidado como uma de suas prioridades centrais.

“Construindo narrativas contra-colonialistas: retratos das percepções ocidente nas existências de mulheres negras” de Mayara Almeida – mestranda UFBA faz uma investigação de resgate de histórias negras a partir de registros fotográficos nos acervos de sua família. A partir das fotos e relatos orais ela recontou sua história, inspirada pelo livro Escrevivências de Conceição Evaristo, buscando questionar uma tendência hegemônica de que o debate sobre as mulheres negras deva ser apenas referente aos traumas coloniais e de suas dores, e direcionar sua perspectiva teórica para falar sobre cura a partir das possibilidades da escrevivência (EVARISTO, 2020) enquanto estratégia: quais são as tecnologias de resistência que estão sendo criadas cotidianamente em prol do enfrentamento e resistência ao racismo e às violências de gênero, quando o Estado não se faz presente?

“Corpos que não valem a pena” de Danielle Mozer – mestranda PPGAU/UFF retrata a realidade de corpos femininos encarcerados e as suas relações extramuros através de um projeto de pesquisa que é a continuidade do seu Trabalho de Conclusão de Curso durante a graduação em arquitetura e urbanismo. Ela conta quais foram as dificuldades no seu processo, a pressão de professores para ela propor um modelo de prisão feminina e seu enfrentamento a essa ideia. Abandonando o olhar estrito para o interior das prisões, parte para uma reflexão extramuros, trazendo a noção de espaço/espacialidade/lugar nos termos de Doreen Massey (1999) como um produto de inter relações: da vida doméstica (FEDERICI, 2019) às relações entre público x privado (OKIN, 1994), buscando um olhar crítico a respeito da produção hegemônica do saber no campo da AU

“Travessias : passagens subterrâneas, (in)segurança urbana e as experiências das mulheres no Rio de Janeiro” de Giulia Schiavini – mestranda PPGAU/UFF, é um trabalho que trata de dois momentos de pesquisa que demonstram amadurecimento não só à respeito das abordagens referentes às teorias feministas, mas também como elas contribuíram com um processo de desconstrução de conceitos e referências da própria investigação. A busca pela compreensão dos impactos sociais e subjetivos das travessias subterrâneas no cotidiano de mulheres do Rio de Janeiro, leva à pesquisadora a se indagar sobre representações do urbanismo na mídia, como filmografia, e a negligência por parte do poder público como uma narrativa a ser problematizada, frente à evidente naturalização da precariedade das passagens

A sessão livre apresentada esta disponível através do link: https://www.youtube.com/watch?v=o3xT1n4OGnE

Agradecemos a todas que participaram desse evento e pelos organizadores pela oportunidade de divulgar e discutir os trabalhos!

Lançamento do livro “Gestión Feminista del Hábitat: Reflexiones desde la piel doméstica al desafío de la existencia” (2022)!

Hoje, temos a alegria e o orgulho de anunciar que nosso livro coletivo “Gestión Feminista del Hábitat: Reflexiones desde la piel doméstica al desafío de la existencia” (2022) foi lançado! 

Organizado por Laura Sarmiento, Rossana Brandão e María Novas, o livro traz reflexões feministas sobre o habitat oriundas de vários contextos, a começar, por exemplo, pela diversidade encontrada na localidade das autoras: Argentina, Brasil, Espanha e Portugal. Inclusive, é por conta disto também que o livro não foi escrito em apenas um idioma, o que é uma escolha muito importante, pois, desta forma, as diferentes línguas existentes e suas respectivas e respectivos falantes são prestigiados.

Outro ponto de destaque da publicação é a diversidade de atuação das autoras: existem as provenientes da academia, as da militância e algumas dos dois campos. Desta maneira, o livro colabora com o diálogo entre os saberes da academia e os da militância, algo que é fundamental para entender melhor as complexidades do habitat, especialmente em uma perspectiva feminista, e que deve ser estimulado na produção de conhecimento.

Lembramos também que, no Brasil, apesar de, felizmente, isto vir mudando gradualmente nos últimos anos, ainda temos poucas pesquisas no campo da arquitetura e do urbanismo que utilizam a perspectiva feminista e/ou de gênero. Neste contexto, destacamos a relevância deste esforço coletivo, materializado na publicação deste livro, de visibilizar e contribuir com esta área ainda em construção.

Sendo assim, convidamos vocês a lerem nosso trabalho, que está disponível no link:

Capa do Livro “Gestión Feminista del Hábitat: Reflexiones desde la piel doméstica al desafío de la existencia” (2022). Ilustração de Lucía Escrigas.

Obrigada!

Petrópolis, a cidade que caiu junto com as mulheres

As cidades caíram… lembrei do título do editorial da ONG FASE que contribuí em janeiro de 2011. Lembrei do intenso debate, dos estudos e pesquisas que se desdobraram, das propostas de políticas públicas para evitar novos desastres como aqueles ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro. Lembrei de como naturalizamos as enchentes no verão. Realmente é natural que neste período chova mais que o normal, mas é natural o que temos assistido ano após ano? Agora o desastre de Petrópolis, um desastre ambiental, urbano e social. Não é qualquer coisa ver ruas desaparecendo, mas o mais duro, o desaparecimento, a morte de pessoas. Não é qualquer coisa se deparar com o número de mortos. Segundo dados da Polícia e Defesa Civil, divulgado pela Agencia Brasil (02/03/22), são 232 vítimas, sendo que 138 mulheres, 94 homens, 44 crianças, 1117 desabrigados. Há 3 semanas atrás, algumas matérias chamaram atenção de que maioria dos corpos encontrados eram de mulheres. Hoje, estamos com dados defasados do Censo IBGE, em especial de detalhes territoriais sobre como e onde se localizam os domicílios com maior número de mulheres, idade e chefiados por nós. Contudo, é evidente desde do ultimo censo que locais mais precários tendem a ter mais mulheres e domicílios chefiados por mulheres. Considerando os dados mais gerais e a própria condição de vulnerabilidade social que se impõe às mulheres pobres responsáveis pelas atividades domésticas e de cuidado, não é por acaso as casas arrastadas pela força das águas encontrarem mais mulheres que homens. Permanecer e trabalhar em casa para as mulheres que são residentes em áreas de risco, é sim mais arriscado, sobretudo, se as chuvas não “obedecerem” o horário do trabalho produtivo. 

O desastre que se abateu sobre Petropólis aconteceu em plena tarde de um dia de semana. As sirenes não tocaram como previa o Plano de Contingencia do Município para Chuvas Intensas diante do volume de chuva constatado: se ocorrer precipitação de 45 mm em uma hora e previsão de chuva moderada e muito forte para as horas seguintes, as sirenes deveriam soar por duas horas. No dia, foram registrados 260 mm em apenas quatro horas… 

As mudanças climáticas estão impondo desafios maiores a forma como historicamente foram planejadas as cidades, onde a tônica é o sonoro se vire, expressão mais radical e naturalizada de impor a lógica neoliberal de vivências e sobrevivências, isto é, cada um por si. Assim como o trabalho reprodutivo, as mulheres precisam dar o seu jeito. E neste contexto, em que as mulheres ganham menos ou simplesmente não são remuneradas pelo seu trabalho doméstico, a não regulação do uso e ocupação do espaço urbano impacta o modo como as tarefas de cuidado da casa e de pessoas são exercidas e, consequentemente, a própria sobrevivência das mulheres. Abordar essa dimensão expressiva do papel de mães, avós, irmãs, primas, tias, amigas e cuidadoras nos bairros periferizados e mais vulneráveis aos riscos ambientais é também reconhecer esse aspecto de cidades seguras para todos e todas. Diante das tragédias climáticas, o medo cotidiano ganha outros contornos e se virar para ter um teto transcende a própria existência, mas a uma perspectiva coletiva fundamental de proteção e preservação da vida diante da precariedade urbana e da vulnerabilidade socioambiental.

Foto @landau – “O banheiro da casa de Tânia ficou pela metade depois que uma barreira deslizou ao lado de sua casa, em Caxambu, bairro central de Petrópolis. Tânia e neta foram levadas pela lama mas sobreviveram” – postado dia 19/02/2022

O PLANO DIRETOR E A VIDA DAS MULHERES

A materialidade do sistema de opressão-exploração patriarcal na produção do espaço urbano e a repercussão da desigualdade de gênero no acesso à cidade são debates fundamentais para que possamos construir juntas uma visão de mundo e uma práxis de planejamento urbano alinhada com a ética feminista. O patriarcado e a perspectiva androcêntrica permeiam a ciência e a epistemologia, o que implica as teorias e os processos e métodos de investigação, gestão e planejamento (VELEDA DA SILVA, 2013). Assim, o patriarcado, enquanto um regime de dominação-exploração das mulheres pelos homens, se autentica enquanto “uma estrutura de poder baseada tanto na ideologia quanto na violência” (SAFFIOTI, 2011, p. 59). E se a ordem patriarcal encontra estabilidade no espaço e no tempo e atravessa todas as instituições, por que não se manifestaria na produção do espaço e no planejamento urbano?
Esse ano, o Plano Diretor do Rio de Janeiro completa 10 anos e se inicia um processo de revisão, que até então tem sido operado pela Prefeitura, representada sintomaticamente por homens brancos que se definem como gestores e técnicos para dissimular que se trata de um projeto político patrimonialista, elitista e por consequência patriarcal e racista. Nesse sentido, é fundamental pensarmos sobre os desafios da representação feminina e feminista nesses espaços de poder e decisão e na paridade de gênero e raça nos espaços de debate e participação que se tornam ainda mais elitistas e embranquecidos devidos à exclusão digital que se aprofunda em tempos de isolamento social.
No contexto da pandemia, quando a própria Prefeitura restringindo reuniões, comércio, atividades conjuntas, entre outros, o processo de participação popular amplo e irrestrito se mostra impossível, principalmente para as camadas populares, e especialmente para as mulheres negra e periféricas, que tem muito a dizer sobre seus lugares e as demandas efetivas para a construção de uma cidade menos desigual e violenta. Mas sua participação é obstruída, não somente pela exclusão digital, mas também porque elas, que sempre foram responsabilizadas pelo cuidado, agora se organizam para lutar contra a fome em seus territórios. Nesse sentido, aqui reverberamos a posição do Fórum Popular do Plano Diretor, que representa diversos movimentos sociais, favelas, sociedade civil organizada e entidades representativas: somente após a superação da crise sanitária, com a vacinação em massa e com a garantia do mínimo para a subsistência da população poderemos atender à exigência constitucional e insubstituível de ampla e direta participação da sociedade civil no processo de elaboração do novo Plano Diretor, antes de seu envio à Câmara Municipal.
A epistemologia feminista se estrutura com a afirmação da urgência em se reposicionar as questões consideradas estritamente técnicas como essencialmente políticas e romper com a dominação masculina que prescreve uma neutralidade delineada à sua imagem e semelhança. Como exemplo, o zoneamento urbano inerente ao planejamento urbano racionalista (machista e racista) é outro exemplo que evidencia a produção patriarcal do espaço, reafirmando a divisão sexual do trabalho ao fragmentar a cidade em áreas direcionadas a usos específicos. Por outro lado, a definição da moradia popular considerada adequada e a fixação dos papéis sociais no interior do espaço doméstico determinou a associação entre família e habitação como fundamento para a imposição da família nuclear burguesa como padrão hegemônico de organização social e definiu um modelo de feminilidade (RAGO, 1985).
A nossa sociedade e como reflexo, nossas cidades, são produtos do patriarcado racista operado pelos mesmos atores há séculos. Vamos ocupar esse debate e os espaços decisórios com a ética feminista para que as nossas cidades, finalmente, caminhem no sentido da sociedade socioambiental, que no fim, representa um projeto feminista e antirracista de sociedade.

Mobilidade carioca e as mulheres: uma aproximação.

Fonte da imagem: (CASA FLUMINENSE, 2021, p. 3)

Segundo o estudo De olho no transporte – segunda edição da Casa Fluminense (2021), no primeiro ano de pandemia de covid-19, 37 linhas de ônibus regulares deixaram de circular no Rio de Janeiro. No entanto, é importante ressaltar que, em fevereiro de 2020,  81 linhas de ônibus já não estavam circulando, ou seja, esse número passou para 118 em fevereiro de 2021. Além disso, o estudo chamou a atenção para as denúncias de superlotação dos transportes e para o Movimento contra o aumento da passagem, criado pela Casa Fluminense, coletivos, organizações, movimentos estudantis, sindicatos, mandatos parlamentares e defensoria pública, com objetivo de impedir ajustes abusivos nos preços das passagens dos transportes públicos (CASA FLUMINENSE, 2021).

Diante do cenário exposto e considerando que, na perspectiva feminista ou de gênero, a mobilidade é um dos aspectos fundamentais a serem observados na experiência urbana das mulheres, como fica a vida das cariocas? Principalmente o cotidiano das mulheres trabalhadoras e/ou moradoras dos subúrbios, periferias e favelas?

Caso queira compartilhar conosco, conte nos comentários como tem sido para você. Muito obrigada!

Para ver o estudo completo da Casa Fluminense, clique aqui: https://casafluminense.org.br/wp-content/uploads/2021/04/DOT-2-CASA-FLUMINENSE-versao-2.pdf

Trabalhos finais de graduação + desconstruções e construções

Viemos aqui compartilhar um pouco do início desse processo coletivo e pessoal de desconstruções e construções de novas perspectivas da arquitetura e urbanismo, a partir de abordagens feministas sobre gênero.

Mas ué? Gênero e feminismo não é a mesma coisa?! Não. Esses trabalhos de graduação, orientados por Rossana Brandão Tavares, tem mostrado que é possível ser propositivas, tanto do ponto de vista teórico quanto prático. E ao mesmo tempo, produzir pesquisas representativas da importância de discutir gênero não como um tema neutro, ou ainda, mais um tema a ser adicionado. Pelo contrário, as abordagens feministas apontam o quão estrutural são as desigualdades de gênero. Tais investigações discutem centralmente a urgência de considerar de forma interseccional as contradições sobre o espaço urbano e as práticas sociais.

Nem todas trabalham centralmente o debate sobre as mulheres ou sobre gênero, mas todas são exemplos de como podemos reposicionar o campo desde as epistemológicas feministas, mesmo na graduação.

Segue algum deles (por ordem cronológica):

Jôrdhanna Furtado de Oliveira – ENTRE NÓS: a experiência da potência do corpo no espaço opaco da Praia Vermelha

Marina Machado – O PARADOXO DA PRAIA